Uma pitada de canela para uma explosão

Já se passaram três ou quatro dias. Um suco gelado foi de que me alimentei e de alguns pãezinhos com manteiga. Sinto-me bem fisicamente, não lembro de muita coisa. Será um sintoma da falta de sol ou de uma boa alimentação essa impressão? Algumas linhas escritas aqui, é o suficiente?
Preciso-me altear, calçar o chinelo, tomar um banho, pentear os cabelos e principalmente, me recordar qual a data em que estou agora. Há uma certa falta de exatidão em meus pensamentos. "Droga", estou acordado e com a mão esfregando minha nuca. O quarto opaco. Mas, não estou mais lá. Onde me encontro agora? Se for em pensamento, precisamente agora, estou tentando ficar bêbado com algum amigo e minha família me aguarda para o jantar. Minha irmã segura uma linda criança, ao qual nasceu no mesmo dia que eu e... não serei preciso pois, as coisas realistas me torturam. E se for na realidade? "Droga", estou acordado e com a mão esfregando minha nuca. O quarto opaco...
Agora olho o calendário, dia 26 de maio, 2009. Puxa! Ninguém ainda explodiu uma bomba atômica?
Como simples desejos não se realizam tão fácil, procurei levantar e pôr em ordem minha vida, pela acho eu... milionésima vez.
Após minha idéia otimista se esvaecer (durou 5 segundos), pensei: "Ferverei o leite, colocarei duas colheres de café, um pouco de canela em pó, achocolatado..."

... Droga", estou acordado e com a mão esfregando minha nuca. O quarto opaco...

2 comentários:

Anônimo disse...

Uma frase do Bukowski que me faz lembrar este seu momento:

"Não sei quanto às outras pessoas, mas quando me abaixo para colocar os sapatos de manhã, penso, Deus Todo-Poderoso, o que mais agora?"

Anônimo disse...

Veja este link, acho realmente demais esses poemas:

http://www.germinaliteratura.com.br/bukowskipoemas.htm