Havia me desprendido dos versos sonoros e me entrelaço agora em escritas.
Abandonado estou. Não me ouço mais.
Se tenho que me dizer algo, anoto, leio e o jogo na lixeira do banheiro misturado com minhas fezes.
Assim são... minhas palavras.
E quando as regozijo, em minha plenitude viés, o hálito é de um dente apodrecido, escarnecido, frouxo.
Não encaro. Não os falo. Sem movimentos, apenas círculos e mais círculos, num redemoinho de sodomias.
O amor quando o vi, lhe gritei: "Sua velha asquerosa". Foi o último balbuciar, agora escrevo, não me ouvi, jamais.
Ela ri e joga no meu pensamento: "Não me terás, não me terás" e canta, " Um jovem quando era jovem, sentia-se capaz de amar. Amou após envelhecer, a morte que lhe espreitva".
Hoje jamais falar. Apenas sentir o que me é desconhecido. Partir. Preciso partir, jamais falar.
"Preciso me calar urgentemente e morrer com diligência."
Traum Bendict
3 comentários:
Muito perfeito =)
morrer com diligência... Deve ser muito difícil.
“No princípio tudo era Verbo (...)
(...) Tudo foi feito por ele e sem ele nada foi feito (...)”
Assim são as palavras... As ditas e as não ditas... Elas constroem nosso mundo, o particular e o coletivo, mas elas não seriam nada se não fossem os sentimentos por trás delas...
E que belas palavras! E o que as definem não são apenas os arranjos, mas também a maneira, sutil ou não, de relatar o que se passa em seu ser.
É a vida que acontece... Pelo que fazemos e pelo que deixamos de fazer.
Espero que não se cale.
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