Talvez ao tempo, essa passagem maldita e aprisionadora. Não sei ao certo. Apenas uma vontade...não houve contradições, relatividades, e objeções...apenas gostei da foto.
Me faz recordar, me faz esquecer...
Há um canto no alto/
Bem no alto/
Designando o baixo/
Bem no baixo/
Que é alto"
Jan Svankmajer
Suas histórias são repletas de elementos surreais e caracterizadas por humor negro blasfemo e jocoso - representação de um mundo decadente, claustrofóbico e kafkaniano.
Numa época em que o cinema é amplamente dominado pelo uso dos efeitos em computação gráfica, ver a genial cinematografia de Jan Svankmajer é um delicioso exercício de conhecer um cinema mágico em estado puro.
Ao passar do tempo e com alguma força em querer ter o entusiasmo de continuar, de não deixar acontecer, tem um momento de reflexão em que nos empede e que nos traz uma consciência e nos alivia de uma dor que pode nos trazer tanta solidão e falta de sensibilidade.
Deixei um reflexo algumas vezes, um reflexo que não me pertencia, pois tinha esquecido de mim. E sempre senti as sensações de outra pessoa. Como me abandonei, e fiz não proposital, pois me sentia bem com isso, e achei que fui perfeito em minhas ações. "Não se preocupe, diria minha mãe. Sinto falta de seus beijos, meu querido." Apenas...
Não me recordo da última vez em que me visitaram. Minha casa é triste e tenho tido uma árdua tentativa de me acolher-me e talvez alguns animais me ajudem nesta empreitada. Tenho que deixar de esperar... Não espere uma boa vontade de ninguém, não é nossa natureza. Mas, vindo de alguém, queria apenas...
Traum
Em algum momento (talvez havia se passado anos) gritei, gritei tão alto como ninguém na terra ou Deuses escutaram, gritei em lágrimas... ALGUÉM AQUI PODE ME AMAR? ALGUÉM...POR FAVOR?
Pararam algumas pessoas desconhecidas, e me falaram... Lembra quando te pedi um dinheiro emprestado e você não me deu? Lembra quando você disse que não gostava de meu cabelo? Lembra quando não me emprestou aquele objeto?
Eis o meu sonho, fiz tão pouco..."
Traum
Concerto - Glassbox
Todas as sextas-feiras a casa traz uma banda de rock alternativo para uma apresentação ao vivo. Para todos aqueles que procuram boas e novas bandas por São Paulo e de fora, este é o local! Aos cuidados do DJ Bacana e Paulo Leghorn.
Nesta sexta, o Glassbox abre estas noites com sua música influenciada por Ingmar Bergman, Marquis de Sade, Werner Herzog, Robert Wiene... e outros ruídos intensos.
Aproveitem...
Entrada: Até 00hs - M: Vip
H: R$8,00
Após 00hs - M: R$8,00
H: R$12,00
Até lá!
Al. Itú, 1564 - Jardins SP www.imperiodosom.com.br
Meus gestos tem tido algum significado? Não sei.Mais me diferencia dos demais.
Me sinto sufocado,será que é o calor? Em minha sala os sons agora ecoam e é divertido as vezes.Mais também traz um sentimento de vazio,sua voz viaja até a parede e retorna para seus ouvidos e você entende que apenas...há você!
Estou com dor de cabeça e não sei se é o calor.Sei,sei...Tenho falado muito do calor,estou tentando colocar a culpa em algo.Algo que não me repreenda em eu ter que lhe jogar toda a minha "fúria" da vida.Tenho sentido o calor e espero que não seja o maldito retorno pelo mal que causamos diariamente.
Desentendimento do entender
Meus desentendimentos,foram sem explicações,sem entendimento...
Minhas maiores lamúrias,são precedidas de longos PORQUÊS.Por quê?Porque?Por que? Não precisamos da gramática para uma tentativa de comunicação,mais será que precisamos de Deus para termos um sentido de felicidade?
As respostas sobre as pessoas,sobre objetos,sobre eu,sobre você...sempre me vem com uma desconfiança,uma dúvida e um questionamento sobre a bondade e os respectivos sentidos de tudo.
Uma amiga me falou quando sobre algo desabafei,que não iria mudar esse sentimento de desconfiança de que algo está errado...Dar um passo,milhões deles e voltar em sua cavalgada ao mesmo lugar pode valer a pena,mais acho que acompanhado as coisas viram de lugar,sua mente se perde no desentendimento do entender....vaga.Também tenho uma péssima tendência a chorar,imaginei que isso pertencia a minha infância,e que ao longo dos anos perderia esse jeito "sensível".Percebi hoje que chorava por coisas simples que não entendia,e hoje choro por "entendê-las", e os porques, sempre eles,chocam meu coração,meus sinais vitais se acalmam e também me pergunto...Qual o sentindo de ainda,procurar uma salvação diária para pessoas que julgo sendo tão más para comigo.
Em Memória
Thiago Alexandre,24 foi encontrado morto em sua residência.Com ele havia uma carta,onde ele relatava seus últimos momentos.
Seu melhor amigo Traum,foi o único a ler sua carta,que continha no último trecho: "Apenas sei,que nada irá melhorar..."
Era um garoto,sentado de maneira triste e com a palma de sua mão encostada em sua testa.Olhava a janela,mesmo que,eu não via nada de especial no que se olhar.Mais o garoto,que belo era esse garoto,como queria o conhecer,queria apalpar sua cabeça,da-lhe um beijo no rosto....Ele olhava em sua volta e sentia a tristeza em tudo que ele observava,o vi impaciente como se fizesse força para não começar seus soluços,passava as mãos na cabeça,triste perturbação era daquele garoto.Uma triste perturbação que me fazia viver,que estranho me sentia,como me sentia bem.Sua lágrimas correm,tenho uma súbita vontade de lhe apaziguar,o início de suas lágrimas correm,quando ao olhar pela janela o triste garoto vê uma vendedora de flores na esquina fazendo seu belo trabalho, e que inveja tive daquela senhora.
O garoto não ligava com o barulho de seus sussurros,ele não pensava nisso,ele não estava presente...as flores,pássaros,pessoas,os barulhos dos carros,vozes,músicas,a vendedora...não me prestei a entender,não era a intenção,mais o vazio me preenchia.Como foi bom vê-lo,aquele garoto,aquele que mudou minha vida por alguns minutos.
Ele chorava cada vez mais forte e suas lágrimas eram felicidade pra mim,e também uma imensidão de angústia...algumas pessoas olham pra ele,não sentem o que ele e eu sentimos,um sentimento verdadeiro transmite acho eu,há quilómetros de distância,e eu estava pronto.
Tudo havia se transformado,era uma visão inesquecível,como um garoto podia me mostrar isto.
Sua barba era rala,olhos castanhos,cabelos castanhos...Parou o ônibus,descemos,não tive coragem de falar com ele...andava depressa,com ele dois amigos que só vim perceber após descer,eles tinham um olhar de carinho por aquele garoto,como é difícil Deus,como deve ser difícil não possuir amigos...Citei Deus,quando me vi acordado do mundo naquele momento,lembrei também de Deus,e como sou contra da grande fábula que descreve que todos nascemos ruins.Somos tão belos,capazes de coisas maravilhos,apenas a maioria é culpada pelos sonâmbulos.E se Deus nos fez nascer assim,como crer em "alguém" que não nos deu nenhuma chance.
Ao garoto e seus amigos,desejei felicidades.E a mim que agora acordado,a pequena brisa que sentia,me deixava tão vivo,tão satisfeito e com uma compreensão de que nada irá melhorar...
Um cachorro,late para pegar meu calcanhar e espero a mordida,não olho para trás,espero,nada...
Olhei para trás,queria conhecer o covarde,o chamo,me aproximo,nesse mesmo momento ouço um barulho,algo rolava embaixo de um carro,meu primeiro pensamento era que fosse uma pipa,era bem peculiar a isso...O carro passa em alta velocidade e sai uma pomba voando,tive um sentimento estranho de ver em minha frente quase um dissipar de uma vida,mesmo de algo que nos passa tão imperceptível as vezes...uma pomba!
Apenas uma pomba,saiu voando com seus pensamentos de mais uma oportunidade,e seu coração talvez disparado,estava concerteza feliz,desejei naquele momento ser essa pomba,e ao cachorro,aquele covarde que o chamei,que apenas latia,não quis perder meu tempo,só me senti vagando novamente em meus pensamentos...
Um Cão Andaluz
Em 1947, o Museum of Art de São Francisco realizou um simpósio sobre o filme de avant-garde, juntamente com exibições. Para essa mostra, Luís Buñuel escreveu as notas abaixo sobre a realização de Um cão andaluz, onde refere-se a si mesmo na terceira pessoa
Luís Buñuel
Historicamente, este filme representa uma violenta reação contra o que se chamou, na época, cinéma d'avant-garde, gênero que era dirigido exclusivamente no sentido da sensibilidade artística e do raciocínio do espectador, com seu jogo de luz e sombra, seus efeitos fotográficos, sua preocupação com a montagem rítmica e a pesquisa técnica e, às vezes, no sentido de exibir um estado de espírito perfeitamente convencional e barato. A êsse grupo de cinéma d'avant-garde pertenceram Ruttmann, Cavalcanti, Man Ray, Dziga Vertov, René Clair, Dulac, Ivens etc.
Em Um cão andaluz, o cineasta tomou posição pela primeira vez num plano puramente POÉTICO-MORAL (o termo MORAL deve ser tomado no sentido do que governa os sonhos ou as compulsões parassimpáticas). Na elaboração da trama, todas as idéias de preocupação racional, estética ou outras com assuntos técnicos foram rejeitadas como irrelevantes. O resultado é um filme deliberadamente antiplástico e antiartístico, quando medido pelos cânones tradicionais. A trama é o resultado de um automatismo psíquico CONSCIENTE e, dentro desse padrão, não procura narrar um sonho, embora se aproveite de um mecanismo análogo ao dos sonhos. As fontes em que o filme vai buscar inspiração são as da poesia, livres do lastro de razão e tradição. Seu objetivo é provocar no espectador reações instintivas de atração e repulsa. ( A experiência demonstrou que este objetivo foi plenamente alcançado).
Um cão andaluz jamais teria sido criado se não tivesse existido o movimento conhecido como surrealista, pois sua ideologia, sua motivação psíquica e o uso sistemático da imagem poética como arma para derrubar conhecimentos existentes correspondem às características de toda obra autenticamente surrealista. O filme não tem a intenção de atrair ou agradar ao espectador; ao contrário, ataca-o até onde ele pertence a uma sociedade com a qual o surrealismo está em guerra.
O título do filme não é arbitrário, nem resultou de uma piada. Possui estreita relação subconsciente com o tema . Foi escolhido entre centenas de outros por ser o mais adequado. Como curiosidade, vale mencionar que o título chegou a produzir obsessão entre os espectadores - algo que não teria ocorrido se sua escolha tivesse sido arbitrária.
O produtor-diretor do filme, Buñuel, escreveu o roteiro em colaboração com o pintor Dali. Ambos partiram do ponto de vista de uma imagem onírica, que , por sua vez, buscava outras através do mesmo processo, até que o todo tomava forma de continuidade. É bom notar que, quando uma imagem ou uma idéia surgia, os colaboradores a abandonavam imediatamente se nascida de uma lembrança ou de sua bagagem cultural ou se, simplesmente, tinha associação consciente com qualquer idéia anterior. Aceitavam como válidas apenas aquelas representações que, embora os comovessem profundamente, não tinham explicação possível. Naturalmente, rejeitavam as limitações da moralidade e razão costumeiras. A motivação das imagens era, ou procurava ser, puramente irracional! São tão misteriosas e inexplicáveis para os dois colaboradores como para o espectador. NADA, no filme, SIMBOLIZA COISA ALGUMA. O único método de investigação dos símbolos seria, talvez, a psicanálise.
Ordinário...que idiota sou,meu querido Dostoiévski. Em que pequeno planeta Saint pode estar?
Advogados que ao piscar dos olhos,abrem seus bolsos e pedem sua espórtula...demasiados.
Não importa os perigos a se enfrentar quando você recebe e percebe,a magia da descoberta dos sinais que te envolvem e te sinalizam...Se Deus existe e estamos sendo extirpados,ter a sensação ao menos do respirar, me deixa envolto de um sentimento que prefiro não imaginar de onde vem.
"É muito fácil viver fazendo o bobo. De me ter conhecido antes, idiota teria me declarado de minha mocidade, e é possível que para estas datas até que eu era mais inteligente. Mas eu quis ter gênio muito cedo, e eu estou agora aqui fato um imbecil."
Deixamos a rudez prevalecer,o desprezo não me comove
Nas frestas, olhos esbugalhados e a percepção
A mudança das cores,meu intuito subliminar
Ao arrancar as unhas,não existia dor e as lágrimas não haviam sentido
Aos pais militares,um capacete que possa amenizar o tiro
Há mim,não existo,que salvem-se os desordeiros
Ao certo,não tenho intenção
O Espelho
O Espelho, filme de Andrei Tarkovsky de 1974.
O filme de início tem uma cena com uma "Médica" tentando curar a gagueira de um Russo,no mesmo instante aparece uma sombra do lado direito e noto que é do microfone.Fiquei com dúvidas sobre o diretor,mesmo o conhecendo com o filme Solaris o original,claro!(mesmo que Soderberg de nada tenha de desmérito com sua re-filmagem).
Após essa pequena falha e passageira (durou a cena inteira),o filme trouxe umas das mais belas imagens e sons em que já presenciei. Lembrou-me as vezes Herzog, só que,com surrealismo.
É minucioso os detalhes,a importância da imagem com poucas palavras e o som que nos transporta pelas angustiantes e as vezes agitadas visões ou de sopros de ventos ruidoso e misterioso.
É difícil,ao menos pra mim,as vezes,seguir o lapso de ideia que o diretor
transposta no filme,mais é uma experiência que imagino como sendo um Padre ejaculando pela primeira vez aos 70 anos.
E novamente,alguns meses depois,com Educação Sentimental de um Vampiro de Dalton Trevisan,os mesmos sentimentos e ainda uma descoberta de um gênio da literatura brasileira.
Em Dropsie,um bairro de judeus onde qualquer acontecimento,não é o acaso.
Em Educação Sentimental,o acaso é banal,estamos em Curitiba,mais os acontecimentos dos contos de Dalton se passa em qualquer esquina com a mesma força de expressão.
No mais,irei destacar o aviso no início da peça de restrição de idade,16 anos,com cenas de nudez total (algo assim),e a cor que destaca cada idade.Como lembrete, na época da segunda guerra mundial,os nazistas inventaram este meio de identificar seus "inimigos".Nesta política as avessas,certas coisas nunca mudam!
Traum
Werner Herzog
Como ter a sensibilidade,o olhar de um humano não demasiado humano,ter a capacidade de mostrar-mos uma faceta antes indecifrável,escura,sem contexto...o olhar de um humano,não demasiado humano é mais intrigante,nos toca em um íntimo que machuca,nos liberta,nos deixa simples,e percebemos o vazio que apenas é preenchido com um simples e belo fechar de olhos.