Deitado, olhando para as mãos sujas entre dejetos, vômitos... A leve chuva que caía era como um escárnio irônico, mas, que o fazia desistir de não refletir. Todos aqueles sentimentos eram tão redundantes. Toda a percepção... incorrigível! A aparente sensação de existir e crer que esta realidade pode ser concretamente real e, delineada, e, pior, que toda a abstração das coisas são as suas "criações".
Ele "criou" o homem que ao lado dos urubus comia a carniça de um homem, ao qual, o outro, era ELE, sendo a sua "criação".
- A leve chuva cai como um escárnio!
Saboreava as palavras na incumbência de talvez morder a sua língua. Sentia-se tão esquelético e asqueroso, que regurgitava apenas por lembrar-se, lembrar-se que "existia". Um piano distante ressoava as notas mais doces que pudera ouvir e de súbito a chuva cessou. O visível descomedimento vindo dele havia cessado? As feições tortas eram de naturalidade sinuosas, cheias de calamidade, malquerença e cheias de amor. O ódio estava asfixiando-o de uma forma rompante. Sombras vagueavam entorno do seu cadáver fétido em meio aos dejetos, vômitos...
Quem pudera lhe dizer, que ELE era sua "criação" mais repugnante de vários entes em capítulos esbranquiçados?
Ao conceber o "seu mundo", ele sabia que estava simplesmente sozinho. Resolveu sem aclarar aquele vazio, deitar-se desistido e observar como a chuva o banhava de escárnio em meio as objeções. Ele ambicionava por canções doces.
Ambicionava em não existir!
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