As razões e O Algo quando sei

Passei a maior parte do tempo, por um longo tempo... mordiscando meus dedos. Havia uma necessidade de não sentir, não tatear o quer que seja. Mas também bafejei, para acalentar-me.

-Posso inspirar? (Lavando o que resta das mãos)
-Não. Expirar... saiba que você está, onde sua ânsia se admite, onde não precisa ser tão jovem.
-Mas sinto uma falta. Preciso inspirar e até, se possível lhe dizer, que sei bem quem sou.

Não existe sangue escorrendo com a água. Há algo! Perceptos?

Criei com alguns cuidados vínculos tais, que aos poucos apagavam de mim: minhas impressões, meus orgãos, minha sanidade serial, a imbuída crença nascente, a linguagem, os et ceteras.
Quando resolvi apenas expirar.

-Você compreende que não adianta lavar-se? Qual a intenção de manter-se limpo?
-Quero apenas adregar... sentir-me longe. Se possível lhe dizer, que sei bem quem sou.

Tive hábitos com o passar de sombras. Sabia que estava em cena, mas não era, Esperando Godot. Era o cotidiano de um mordiscador, onde me encontrava na terceira pessoa e oblíquo.
Eu pedi apenas algumas vezes, dancei com O Algo nas mãos, implorei como uma virgem ao ser penetrada. Não quis!

Eu não quero, pois sei muito bem...quem sou.



Um comentário:

nina disse...

fica a idéia do que sentes em relação a mim... uma pena não poder corresponder aos seus anseios (se é que eles existem), O Algo me faz uma idéia, mas é só uma interpretação do leitor...

te amo S2