O Presenciar

Estive afastado. Até mesmo do chão, do qual sempre me repudia. O que me alicia hoje, é o cheiro característico do molhado, da sensação gripal, e da mão morna apertando minha cintura com sua voz sussurrada.
Me detive em certas vontades pois, minha cabeça se inclina e me carrega para o que de certa forma seja o melhor; a verdade com suas distorções; o bem embriagado; o sim instigado pelo não; o mais, sendo certamente tão pouco.
E eu estou aqui, onde a fina e suave chuva é tão apetecido por mim. Onde me trouxe novamente, certo anseio de continuar antes do que já fora traçado. Mas, como disse, minha cabeça sempre se desnivela.
A chuva ao acordar, me fez sentir, desejar um pouco, e até evocar os labirintos do passado. Fiquei na pequena varanda observando sua queda nas pequenas folhas e no portão de minha casa. Me vi sendo chamado por minha mãe, me dizendo que a poeira dos pingos iniciais, nos deixa gripado. Ri um pouco de mim, de me ver ainda com cabelos ainda tão alourado. É verdade? Eu criança me pergunta. Me agacho, e digo que pode ser. O presenciar, continuo...Ouço minha mãe chamar, não mais a criança, ao homem.

Entendi o que foi me dito por aquele senhor "desconhecido".



Nenhum comentário: