Me falaram por muito tempo sobre as cores. Decorei-as, e em cada dedo, escrevia os seus nomes e as representações dessas, em sentimentos. Vermelho, azul, roxo, amarelo, verde... Adoro a cor de minha mão direita, as da esquerda sempre as esquecia, não de propósito, era uma automatização.
Via as cores com belíssimos tons de cinza, diferentes luzes, sombras. E no princípio, quando não sabia, o mundo acinzentado me servia para sondar os lacres de meu espírito.
Diziam que os espíritos são brancos. Mostrava minha mão, e indicavam a cor escrita. O meu polegar esquerdo, era a cor dos anjos celestiais. Então, sempre quando estava com medo em minha infância e ainda hoje, aponto meu polegar.
Já jovem e com anseios de minha natureza inquietante e silenciosa, me falaram sobre o amor. Era alguém de quem eu gostava, sentia a sua cor, mesmo enxergando apenas os cinzas. Era um cinza diferente de todos que já havia visto. Foi a única vez que aqueles tons jorraram em círculos místicos, e pulsantes. Explicou-me que era um vermelho que ela sentia. Lhe estendi a mão direita, e em minha palma, apenas escrito: "Vermelho".
Ela sorriu, e sussurrou:
5 comentários:
Gostei muuuuuuuuuuuuuuuuuito do texto.
Poxa vida. Não ando lendo muito (literatura, entre outras coisas fora do mundo jurídico) mas esse seu escrito foi uma das das melhores coisas que li nos últimos meses.
Poxa, muito bom mesmo, poucos blogueiros que escrevem como ti cara, gostei muito,
com certeza uma das melhores coisas que li nos ultimos meses, concordo com Wenndell.
Volto logo...
O que eu dizia nas tardes sobre o centro de sampa?
Sobre o medo?
Expor-se doí
Mas diante desses 3 comentários dói menos...
não?
Por favor, prefira a dor...do que o silêncio...rs ;)
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