As caixas das crianças tinham as cores fortes, e de tantos sonhos ali existentes, havia a todo momento, desejos indo e voltando sem revoltas, conciliados me parece. Eram as caixas de sorrisos, distantes das quê, mesmo que literalmente fossem sonhos, não se chamavam assim, e sim, as caixas sonâmbulas. Poderia empregar outro nome, mas concerteza, era isso, e se fosse outra coisa, deveria ser uma outra caixa, noutro lugar e não aqui, e eu, não saberia.
Quando fui obrigado a conhecer meus sonhos, tive que cometer assassinatos, decepar meus amigos, e fugir para uma terra vazia, apenas conhecida por mim. Quando tudo meu deixou de ser criança, me separei de mim mesmo, em excepção do meu coração. Quando o dei para outra pessoa, nada mais fez sentido, e queria a todo instante, nunca desde sempre ter tido sonhos. A terra vazia e de superfície plana, agora enchera de crateras que gemem...sem ventos!
Todas as caixas sem desvio de regra, tinham um símbolo. O símbolo trazia consigo, não só a idéia de um sonho, mas também, o desejo que ninguém deseja. Saltei algumas das caixas em que seu brilho reluziu num instante, e me desfiz em lágrimas...sem lágrimas!
Já não possuia vagalumes em minha caixa, restava apenas o símbolo, e a terra que não era mais plana. Quando descobri onde estava, e me revi, e me arrependi...o vapor de meu único sonho escapou, e assim, sem parênteses, acreditei que meu sonho, fosse tão diferente dos outros.