"Ele foi um sonho descartado. Preferiu novamente adormecer, esperando sonâmbular e entoar palavras sem sentido. Sabe ele, que não irá fazer diferença."


"Em sua vida feliz, sem nenhuma expressão de tédio em seu rosto. Não hesitou em pular do nono andar."


"Caminhava lentamente sem sentido. Sentia ela, a essência ao redor e também o descontentamento.
- tudo é interno - Pensava
Viu um poço que nunca observara antes. Um poço vazio, uma xícara de chá."


"Um fim...na vigésima quarta primavera."


"Silêncio, por favor."

Traum Bendict

Fanzine Noites Brancas Cap.I - Pág. VII

Passagens e Devaneios

"Entre as passagens de pessoas, lugares, estações...
Os devaneios foram o único motivo de minha curta felicidade"

- Fale-me, há algo acontecendo?

Olho apenas para baixo. Estou pensando em outras coisas, não estou ali.
Alguém olha para trás, seu cabelo tão...liso, claro, sinto uma tristeza. Uma cena tão simples que não sai de minha cabeça, e que me torna diferente.

- Fale-me! - Porfiam
- Eu posso dizer, contanto que não me vejam mais! - Não disse, pensei

Gosto do frio pois, me sinto confortável, abraçado. Chove, um pouco mais. Mas, está abafado. Não é o ar, é minha...talvez a água onde coloco minha cabeça. Onde coloquei minha cabeça?

- Traum... suspire fundo, não é tão fácil assim - Não vi quem me disse isto

Já é noite, em que ano estamos?

- Pode me consumir garota. Minha vida é tua. Não se contenha. - Acho que foi assim que falei

Só percebi que odiava o amor, quando já não existia!

" Meu pai fez aniversário, já passou dos quarenta. Tem mais ou menos o dobro de minha idade. Acho que, nem ao menos sabe que marquei "sua" data. Recordo.
Lembro-me mais da última vez que o vi, quando retornei a minha pequena cidade. Rosto avermelhado, suado, com seu chapéu gasto...um abraço, sem palavras, acho que um..."bença pai", foi o que falei. Ele caminha. Me recordo bem.
Já passei dos vinte. Ao lembrar do aniversário de meu pai, me veio a cabeça que ainda poderei viver o dobro de anos que já vivi. Não, não quero viver tanto tempo assim!

" As veias saltam em minha testa
O vinho está amargo
A rosa está murcha e já não é tão bela
O espírito estremece, recea o carinho
Lágrimas retornam ao rosto, sentir...sem acariciar, por favor!
Gestos simplórios de um ser obtuso
Arraste seu rosto na areia, mas...não abra os olhos!"

" A brisa de um novo ano...
Mas o mesmo ano de sempre, o ano do passado...
A prosperidade momentânea se desfaz com a bruma, e o silêncio do primeiro dia do ano sempre é tão assustador e solitário...religioso!
Soprou uma esperança, no outro amanhã...já não existia!

A brisa de um ano novo...
Todos os anos serão como todos,apenas envelhecemos...
O ano começou com chuvas, pequenas gotas, e passeei com os sapatos encharcados...
Se será um ano diferente?

A brisa de um ano novo...
...no outro amanhã, já não existia!