Um cópia de todos os anos

Mantenho distância de todos,em todas as datas do ano. Esqueço do bel-prazer em beber uma dose seca e ardosa com alguém,não importa se conhecido ou não.

Todo esse desdém decorre de minha preocupação áspera em ter que pronunciar uma palavra... uma, sequer!

Mas numa cultura ardilosa e falseada, descumpro minha meta solitária para fingir, e ser "uma cópia de todos os anos". E com a minha capacidade de distanciamento que absorvi com a idade talvez, a expressão quimérica de minha face já não deixa oculto meu crédulo. Risos...não entendo! São exatamente, 23:59...

5,4,3...

Uma outra história aqui dentro

- Sou uma nuance, querida!

Ela diz:

- Beba o vinho seco e deite-se,durma, a noite já está acabando...

-Você é Superbe.

Havia programado uma noite da última noite do ano de 1840 com a minha noiva. Edgar Allan Poe estava morto, EU havia morrido. Escutávamos uma música chamada Possession, e meu estômago dolorido evitava os primeiros goles. Resolvi dormir após salivar o vinho. Risos lá fora...não entendo! São exatamente, 23:59...

...2,1

Seria bom que todos morressem agora. Mas não antes de minha noiva ir embora, e não antes de acabar a única garrafa escondida em meu quarto.

Fim?

"Eu não gosto da maioria das pessoas com quem ando, mas elas me fazem rir, elas me distraem. Elas são idiotas o suficiente" Jack Kerouac

Um comentário:

"Talita - Pensée" disse...

Uma dose, uma única dose.
Ontem mesmo acordei, às 11hrs da manhã derramei uma única lágrima, a vontade de choro passou, e após algumas horas ao ouvir as vozes de meus pais e amigos, pude sorrir alegremente e poder desfrutar do último dia do ano, como um outro dia qualquer, cheio de realizações e conquistas.
Por isso quero dividir este vinho contigo meu amigo Traum.
Meus pensées.