Pueril
Voltei toda atenção para o papel higiênico que me deram para escolher minha bebida. Passando o rolo com aquelas letras ininteligíveis, e ainda com a bosta "madura" escorrendo em meus dedos, um dos garçons, este que, me fitou ao entrar, vinha em minha direção.
- Vejo que você procura o especial da casa! - Com uma voz melosa e salivante
Acenei que sim.
Recebo um outro cardápio, e ele continua ao meu lado com algumas caixas estendidas em sua bandeja.
- Esta! - Lhe digo
Com um véu vermelho em meus olhos, escolhi o tiro na nuca!
Minha Noite
Me satisfaço com pequenas doses de doer o estômago, e puxar minhas rugas envelhecendo-me em trinta anos. Meu relógio "esticou os pés" às três horas. Sua inutilidade faz com que me retenha em meu despertar indesejado...
Paro aqui, agora!
Não consigo mais pensar...acho que dormi!
Simples curiosidade
E já rezam para os meus males, como se estivesse algum! Sou uma pessoa santa, independente que tenha apenas forças de respirar ao suor. Será que não entendem? Será que não percebem agora? Será que só serei notado, se neste exato momento minhas forças ressurgirem e sorrindo para esta laia, lhes seja cordial? Eles não entendem que minha morte neste leito é porque eu quero!
Simplesmente ao meu cansaço!
Posso reconhecer a voz do meu filho e minha filha, minha esposa, meus vizinhos, e o jubilar das velhas rezadeiras imbecis que imaginam estarem me livrando de alguma maldição. Se pudesse...
-Cof,cof,cof....hummm....hummmm....senhorita majestade deusa luxúria division klaus bergman jesus fotos clicks mald...
...tomaria o último gole de vinho e precisaria de apenas uma azeitona para salivar um pouco do meu prazer.
Tenho aversão as questões simplórias e nada sutis sobre mim ao meu redor. Poderia aquela embrenhar-se sobre meu pênis mucho e querer algo mais talvez...ela com seu rosário deixou de me espantar com tamanha falsidade e hipocrisia religiosa, onde apenas o que deseja é algo quente entre as pernas. Seu símbolo cheira a sua virilha! Como um homem assim, em meu estado, pode não conter-se?
Estou morrendo por simples curiosidade!
Preciso imaginar, divagar sobre questionamentos já repetitivos, incoerentes, nada práticos e completamente sugestivos de minha fantasia rugosa teórica... me libertem, me libertem, me libertem (gritos mudos dentro de mim).
Caí em muitas armadilhas, minha maior foi acreditar na sinceridade humana, na fraternidade familiar e nas amizades. Quando me perguntaram: " Quais as pessoas que você mais odeia?". Tinha a juventude ainda no rosto, não respondi, baixei a cabeça e pensei num relance, que essas criaturas estavam dentro de minha própria família. Mas relevei por ainda perceber os seus motivos. "E o pecado, se existe, enquadra-se aí", era minha frase de efeito dentro de mim.
Esperem...acho que é agora! Peçam licença, por favor!
Um cópia de todos os anos
Mantenho distância de todos,em todas as datas do ano. Esqueço do bel-prazer em beber uma dose seca e ardosa com alguém,não importa se conhecido ou não.
Todo esse desdém decorre de minha preocupação áspera em ter que pronunciar uma palavra... uma, sequer!
Mas numa cultura ardilosa e falseada, descumpro minha meta solitária para fingir, e ser "uma cópia de todos os anos". E com a minha capacidade de distanciamento que absorvi com a idade talvez, a expressão quimérica de minha face já não deixa oculto meu crédulo. Risos...não entendo! São exatamente, 23:59...
5,4,3...
Uma outra história aqui dentro
- Sou uma nuance, querida!
Ela diz:
- Beba o vinho seco e deite-se,durma, a noite já está acabando...
-Você é Superbe.
Havia programado uma noite da última noite do ano de 1840 com a minha noiva. Edgar Allan Poe estava morto, EU havia morrido. Escutávamos uma música chamada Possession, e meu estômago dolorido evitava os primeiros goles. Resolvi dormir após salivar o vinho. Risos lá fora...não entendo! São exatamente, 23:59...
...2,1
Seria bom que todos morressem agora. Mas não antes de minha noiva ir embora, e não antes de acabar a única garrafa escondida em meu quarto.
Fim?
"Eu não gosto da maioria das pessoas com quem ando, mas elas me fazem rir, elas me distraem. Elas são idiotas o suficiente" Jack Kerouac