Insuflado. Exatamente. Posso me despedir sem nenhuma amargura e sem olhar para trás.
Já tentei reter o ar. Coloquei até mesmo, a língua numa tomada elétrica. Meu coração dispara e retoma sua dúvida, sua astúcia, sua embriaguez, seu recanto manchado de veias, mas...na verdade ele está num vácuo!
Poderia eu, arrancá-lo? Já o toquei. O ar não deixou. Insuflado. Tentei só expirar e desmaiei.
Meus dedos ensopados de coisas visíveis que desconheço e o cheiro horrível dentro de mim, me fizeram imaginar que não possuo apenas ar. Mas...prefiro sair flutuando, talvez até conhecer um outro planeta que não tenham apenas "humanos". Que sádico, que desprezível...apenas um machado e verás cabeças como na Idade Média. Posso fazer perguntas sem que isso seja uma negação de minha parte?
Não ligo de ter os pecados de meu pai, se os pecados não existem. Prefiro ver todos enterrados. Serei o observador. Bem melhor assim e bem melhor sempre foi quando o tempo também não existia.
As questões...
- Tenho agora um bebê - Me arrepio com um descontentamento que tento esconder.
Ficamos sério. Não olharei para seus olhos. Não pensarei sobre isso.
- Eu tenho que ir, você sabe. Elas choram, querem proximidade sempre da mãe, sempre estão com fome - Ela sentiu o mesmo que eu. Sem culpas,sem culpas. Não podemos disfarçar.
Penso que fez a escolha certa. A vida "comum" não me atrai, ela seria uma monotonia. Ela iria dizer, "Não fui eu que escolhi", eu diria...não, não diria nada!
Passear com uma criança, meu filho, meu...vás, prefiro ficar.
- Sua unha está quebrada - Era a maneira mais fácil. Sorria. Espetacular.
- Segurei com força o lençol - Sorri e afaga seu rosto.
- Essas coisas são simples ou estou sendo enganado?
- Não são. Como posso lhe dizer sem que meus olhos lacrimejem - Já brotavam.
- Fiz o melhor café que já tomei esta manhã - Eu disse.
Éramos amigos por termos conversas lineares, não rápidas, sobre tudo.
- Você sempre faz o mesmo! Café solúvel, leite quente, chocolate e canela - Ela me conhece, que vergonha
- O gosto muda com a impressão do dia
- Eu sei. Antes de ir quero lhe dizer uma coisa
Sabia que não era um segredo. Sempre me dizia isso antes do final de nossas conversas. E sabia que não nos veríamos mais.
- Há uma luz no meu quarto, ela é amarelada, um pouco vermelha. É a luz de meu abajur. Ligo todas às noites antes de dormir e a desligo quando acordo. Desculpe-me mas...é estranho, a sensação que sinto. Sempre sinto que preciso apenas daquela luz todas às noites. Um crepúsculo apenas meu, no momento em que sinto minha fragilidade. Como diria Kafka, o momento mais difícil para o "homem". Estou feliz, acho. Sabe que não tenho certeza sobre nada de mim. Espero apenas à noite e espero sempre acordar.
Ela se foi. Sem abraços. Se foi...
Comprei um abaju, agora tenho meu crepúsculo.
Ficamos sério. Não olharei para seus olhos. Não pensarei sobre isso.
- Eu tenho que ir, você sabe. Elas choram, querem proximidade sempre da mãe, sempre estão com fome - Ela sentiu o mesmo que eu. Sem culpas,sem culpas. Não podemos disfarçar.
Penso que fez a escolha certa. A vida "comum" não me atrai, ela seria uma monotonia. Ela iria dizer, "Não fui eu que escolhi", eu diria...não, não diria nada!
Passear com uma criança, meu filho, meu...vás, prefiro ficar.
- Sua unha está quebrada - Era a maneira mais fácil. Sorria. Espetacular.
- Segurei com força o lençol - Sorri e afaga seu rosto.
- Essas coisas são simples ou estou sendo enganado?
- Não são. Como posso lhe dizer sem que meus olhos lacrimejem - Já brotavam.
- Fiz o melhor café que já tomei esta manhã - Eu disse.
Éramos amigos por termos conversas lineares, não rápidas, sobre tudo.
- Você sempre faz o mesmo! Café solúvel, leite quente, chocolate e canela - Ela me conhece, que vergonha
- O gosto muda com a impressão do dia
- Eu sei. Antes de ir quero lhe dizer uma coisa
Sabia que não era um segredo. Sempre me dizia isso antes do final de nossas conversas. E sabia que não nos veríamos mais.
- Há uma luz no meu quarto, ela é amarelada, um pouco vermelha. É a luz de meu abajur. Ligo todas às noites antes de dormir e a desligo quando acordo. Desculpe-me mas...é estranho, a sensação que sinto. Sempre sinto que preciso apenas daquela luz todas às noites. Um crepúsculo apenas meu, no momento em que sinto minha fragilidade. Como diria Kafka, o momento mais difícil para o "homem". Estou feliz, acho. Sabe que não tenho certeza sobre nada de mim. Espero apenas à noite e espero sempre acordar.
Ela se foi. Sem abraços. Se foi...
Comprei um abaju, agora tenho meu crepúsculo.
Para Carol, minha amiga e seu lindo bebê que vi apenas por foto.
Para Tatiana, minha irmã. Que terá em breve sua pequenina princesa.
Para Tatiana, minha irmã. Que terá em breve sua pequenina princesa.
"Não me importo...são meus estigmas
Não me importo...me acusam de entalhar a cruz
Não me importo...nasci com um castigo, meu nascer é um deles
Não me importo...virarei a cara dais cem tapas que me derem
Não me importo...me apontam por ter vomitado em todos os rostos afáveis
Não me importo...ficarei em silêncio, mesmo após, seus anos e anos de gritos em meus ouvidos
Não me importo...por arrancarem meu rosto, por ser lisa
Não me importo...de minha castração
Não me importo...daquele velho me perseguir, de desligar meu chuveiro
Não me importo...não me importo!
Minto...é verdade!
Sou vil, um desenfreado...meu estômago está vazio, mas, não comerei!
É tudo verdade...não,não é!
Não me importo...me acusam de entalhar a cruz
Não me importo...nasci com um castigo, meu nascer é um deles
Não me importo...virarei a cara dais cem tapas que me derem
Não me importo...me apontam por ter vomitado em todos os rostos afáveis
Não me importo...ficarei em silêncio, mesmo após, seus anos e anos de gritos em meus ouvidos
Não me importo...por arrancarem meu rosto, por ser lisa
Não me importo...de minha castração
Não me importo...daquele velho me perseguir, de desligar meu chuveiro
Não me importo...não me importo!
Minto...é verdade!
Sou vil, um desenfreado...meu estômago está vazio, mas, não comerei!
É tudo verdade...não,não é!
"Lamba minha ferida. Goteje suas idéias sobre o Tártaro e me cuspa, me culpe.
Ainda penso com nojo e repugnância das frieiras em seus pés.
Sim. Só vejo o que de mais ruim você é. Não é isso que desejas?
Minha poesia, pode queimar. Minha consciência já está perfurada de tantas lástimas.
Mendigue. Sem escrúpulo ou desalento.
Não pense, você morrerá seca,não...gorda mesmo. Não caberá no caixote.
ahhh...lhe amo, amo tanto!
Demonstro meigamente.
Não se preocupe, você é apenas uma idéia."
Ainda penso com nojo e repugnância das frieiras em seus pés.
Sim. Só vejo o que de mais ruim você é. Não é isso que desejas?
Minha poesia, pode queimar. Minha consciência já está perfurada de tantas lástimas.
Mendigue. Sem escrúpulo ou desalento.
Não pense, você morrerá seca,não...gorda mesmo. Não caberá no caixote.
ahhh...lhe amo, amo tanto!
Demonstro meigamente.
Não se preocupe, você é apenas uma idéia."
" A gente pensa que vai só descansar, parar agir melhor depois, ou sem outra intenção, e eis que em muito pouco tempo estamos na impossibilidade de jamais fazer alguma coisa."
Samuel Beckett - O Inominável
"Sente-se, se possível tire os sapatos. Descanse o quanto precisar.
Coloque um filme que lhe convém, tome banho, mas...use sua toalha.
Fume, coloque as cinzas onde desejar.
Cante, as vezes baixo, se possível. Meu humor irá lhe confundir.
Nosso amor espanta as moscas, seu odor é viscoso.
Posso pentear seu cabelo?
Me morda quando não lhe der atenção,mas...nunca pegue minha toalha"
Coloque um filme que lhe convém, tome banho, mas...use sua toalha.
Fume, coloque as cinzas onde desejar.
Cante, as vezes baixo, se possível. Meu humor irá lhe confundir.
Nosso amor espanta as moscas, seu odor é viscoso.
Posso pentear seu cabelo?
Me morda quando não lhe der atenção,mas...nunca pegue minha toalha"
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